Por quase três anos, a administradora de empresas Bárbara Souza, 29 anos, viveu uma apressada e frustrante rotina sexual. Toda vez que transava com o cara com quem esteve enrolada esse tempo todo, ele ejaculava em no máximo dois minutos depois do início da penetração. “Quando eu pensava que a coisa estava começando, já tinha acabado”, diz Bárbara. “Era assustador! Ele gozou rapidíssimo pelo menos 90% das vezes em que tivemos relações!”, relata ela, que muitas vezes não conseguia nem contar até três entre o início e o término da transa. Apaixonada pelo sujeito, Bárbara foi deixando o próprio prazer em segundo plano na esperança de um dia debater o assunto com ele, que sempre desconversava. “Como não namorávamos, era difícil fazer qualquer cobrança. Ele nunca admitiu ter algum problema. Demorou até cair a ficha de que não se preocupava comigo.”
Casos como os de Bárbara são comuns nos consultórios dos terapeutas sexuais. Autora do livroRelacionamento, Sexo e Ejaculação (editora Iglu, 134 págs., R$ 35), a sexóloga Jussania Oliveira explica que homens imaturos sexualmente ou que nunca tiveram um relacionamento estável podem demorar a perceber que sofrem de ejaculação precoce. O gozo instantâneo não acontece por decisão, mas sim por falta de controle. “Se compreender isso, a mulher que se relaciona com alguém que sofre do problema se sentirá menos ofendida ou frustrada ao ser deixada na mão no melhor da brincadeira”, diz Jussania. O complicado é que as garotas ficam constrangidas em tratar da questão quando não há intimidade entre o casal. O outro lado dessa mesma moeda é que muitos homens não se incomodam por serem velozes até se envolver emocionalmente com alguém. O coordenador do núcleo de urologia do Hospital Sírio-Libanês, Celso Gromatzky, analisa: “Até alguns anos atrás, gozar rápido era sinal de virilidade. Só se tornou uma questão depois que as mulheres passaram a exigir prazer na cama”.
Estima-se que 30% da população masculina sexualmente ativa do mundo sofra de gozo precoce. Pesquisas apontam que o tempo médio entre a penetração e a ejaculação é de 5,4 minutos. Mas atenção: Se o seu parceiro costuma chegar ao orgasmo antes dessa marca, isso não quer dizer que ele tenha um problema. A medicina só classifica como rápida a ejaculação que ocorre entre um e dois minutos após a entrada do pênis na vagina. Ou antes do contato genital, obviamente.
Casos como os de Bárbara são comuns nos consultórios dos terapeutas sexuais. Autora do livroRelacionamento, Sexo e Ejaculação (editora Iglu, 134 págs., R$ 35), a sexóloga Jussania Oliveira explica que homens imaturos sexualmente ou que nunca tiveram um relacionamento estável podem demorar a perceber que sofrem de ejaculação precoce. O gozo instantâneo não acontece por decisão, mas sim por falta de controle. “Se compreender isso, a mulher que se relaciona com alguém que sofre do problema se sentirá menos ofendida ou frustrada ao ser deixada na mão no melhor da brincadeira”, diz Jussania. O complicado é que as garotas ficam constrangidas em tratar da questão quando não há intimidade entre o casal. O outro lado dessa mesma moeda é que muitos homens não se incomodam por serem velozes até se envolver emocionalmente com alguém. O coordenador do núcleo de urologia do Hospital Sírio-Libanês, Celso Gromatzky, analisa: “Até alguns anos atrás, gozar rápido era sinal de virilidade. Só se tornou uma questão depois que as mulheres passaram a exigir prazer na cama”.
Estima-se que 30% da população masculina sexualmente ativa do mundo sofra de gozo precoce. Pesquisas apontam que o tempo médio entre a penetração e a ejaculação é de 5,4 minutos. Mas atenção: Se o seu parceiro costuma chegar ao orgasmo antes dessa marca, isso não quer dizer que ele tenha um problema. A medicina só classifica como rápida a ejaculação que ocorre entre um e dois minutos após a entrada do pênis na vagina. Ou antes do contato genital, obviamente.
CAUSAS E SOLUÇÕES
Ainda não há consenso entre os médicos sobre as origens da ejaculação precoce. A tese mais aceita é a de que os “ligeirinhos” primários – aqueles que apresentam o problema desde o início da vida sexual e que representam 70% dos casos – teriam predisposição genética para essa disfunção. “Supõe-se que sofram de um tipo de desequilíbrio no neurotransmissor serotonina”, explica a psiquiatra e sexóloga do Hospital das Clínicas de São Paulo Carmita Abdo.
As causas psicológicas também são amplamente consideradas pelos especialistas. Embora seja difícil para alguns homens admitir, na maioria das vezes o problema está na cabeça de cima e não na de baixo. Em outras palavras, raramente a origem do gozo descontrolado é fisiológica. A lista de motivos ou situações que podem gerar ansiedade e provocar ejaculação precoce é infinita. É comum que no início da vida sexual os garotos sintam o peso da responsabilidade de sustentar uma ereção e se descontrolem. O controle vai sendo adquirido com a experiência. No entanto, aqueles que forem “forçados” a gozar rápido repetidamente – por ter relações sexuais a jato no carro ou por se masturbar no banheiro enquanto alguém bate na porta, por exemplo – podem condicionar seu comportamento e passar a transformar qualquer transa numa corrida de alta velocidade.
TEM SOLUÇÃO?O tratamento pode variar de paciente para paciente, mas em geral a associação de baixas doses de antidepressivos com psicoterapia produz os melhores resultados. Um dos efeitos colaterais dos antidepressivos é justamente retardar o orgasmo e por isso eles são administrados. Eles baixam a ansiedade e diminuem a excitação. A terapia, por sua vez, ajuda a resolver traumas sexuais e pode possibilitar a reeducação sexual do paciente.
As causas psicológicas também são amplamente consideradas pelos especialistas. Embora seja difícil para alguns homens admitir, na maioria das vezes o problema está na cabeça de cima e não na de baixo. Em outras palavras, raramente a origem do gozo descontrolado é fisiológica. A lista de motivos ou situações que podem gerar ansiedade e provocar ejaculação precoce é infinita. É comum que no início da vida sexual os garotos sintam o peso da responsabilidade de sustentar uma ereção e se descontrolem. O controle vai sendo adquirido com a experiência. No entanto, aqueles que forem “forçados” a gozar rápido repetidamente – por ter relações sexuais a jato no carro ou por se masturbar no banheiro enquanto alguém bate na porta, por exemplo – podem condicionar seu comportamento e passar a transformar qualquer transa numa corrida de alta velocidade.
TEM SOLUÇÃO?O tratamento pode variar de paciente para paciente, mas em geral a associação de baixas doses de antidepressivos com psicoterapia produz os melhores resultados. Um dos efeitos colaterais dos antidepressivos é justamente retardar o orgasmo e por isso eles são administrados. Eles baixam a ansiedade e diminuem a excitação. A terapia, por sua vez, ajuda a resolver traumas sexuais e pode possibilitar a reeducação sexual do paciente.
LIDANDO COM A PRESSA
Especialistas garantem que é natural ocorrerem algumas ejaculações precoces durante a vida sexual de qualquer homem. Essas ocorrências só merecem virar motivo de preocupação caso se tornem muito corriqueiras. Fazer escândalos ou cobranças não ajuda a resolver nada, pelo contrário. Elas só deixarão o parceiro ainda mais ansioso. O melhor é tranquilizá-lo e, num momento oportuno – fora dos lençóis, de preferência –, abrir o jogo e sugerir que ele procure ajuda médica. Quanto mais paciente, compreensiva e carinhosa a mulher for, mais rapidamente conseguirá persuadi-lo a consultar um especialista. “Ela precisa deixar claro que aquilo não é o fim do mundo e que tem solução”, diz Jussania. Na prática, no entanto, as reações geralmente são extremas: ou o casal tenta desesperadamente melhorar o desempenho sexual (e entra num ciclo vicioso em que tudo só piora) ou diminui cada vez mais o número de transas por medo de novamente encarar o fracasso.
Num momento saia-justa como esse, vale a pena se virar para garantir o próprio prazer. Que tal sugerir que o parceiro faça sexo oral em você ou a estimule com os dedos? Pode ser um bom acordo para ambos – assim, quando a penetração começar, ele não se sentirá tão pressionado. E você, se tiver sorte, poderá ter orgasmos duplos, triplos, múltiplos...
Num momento saia-justa como esse, vale a pena se virar para garantir o próprio prazer. Que tal sugerir que o parceiro faça sexo oral em você ou a estimule com os dedos? Pode ser um bom acordo para ambos – assim, quando a penetração começar, ele não se sentirá tão pressionado. E você, se tiver sorte, poderá ter orgasmos duplos, triplos, múltiplos...
TIRE SUAS DÚVIDAS
Exercícios ajudam a controlar a ejaculação? Sim. A técnica mais famosa se chama start-stop (começa-para). Ao se masturbar, o homem interrompe os movimentos quando percebe que está prestes a gozar. Quando a sensação desaparecer, reinicia o movimento. Outro exercício importante: ao urinar, interromper e soltar o jato várias vezes. Isso contrai o músculo do períneo e ajuda no controle da ejaculação.
Mudar de posição favorece o controle do gozo?
Terapeutas sugerem que o casal comece a relação na posição menos excitante para o homem. Outra técnica é demorar nas preliminares e adiar a penetração. Também faz parte da reeducação sexual mudar o “roteiro” da transa para descondicionar o comportamento sexual masculino.
Usar camisinha retarda o gozo? Depende. Alguns homens acham que o preservativo diminui a sensibilidade do pênis. Mas pesquisa realizada em 2005 pelo Journal of Sexual Medicine, dos Estados Unidos, com 500 casais mostrou que a camisinha não aumentou o tempo pré-ejaculatório.
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Terapeutas sugerem que o casal comece a relação na posição menos excitante para o homem. Outra técnica é demorar nas preliminares e adiar a penetração. Também faz parte da reeducação sexual mudar o “roteiro” da transa para descondicionar o comportamento sexual masculino.
Usar camisinha retarda o gozo? Depende. Alguns homens acham que o preservativo diminui a sensibilidade do pênis. Mas pesquisa realizada em 2005 pelo Journal of Sexual Medicine, dos Estados Unidos, com 500 casais mostrou que a camisinha não aumentou o tempo pré-ejaculatório.